Saturday, December 06, 2008

Téo e a gaivota

É preciso se projetar na gaivota.

É hora de sentar na beira do mar, ficar observando os movimentos do mar e analisando o jeito com que a gaivota leva a sua vida. Andar sem sapato, usar bermuda e exercitar o dom de lidar com os ventos contrários. Não me preocupar com o futuro e fazer uso do telefone, pra matar a saudade dos que valem.

Dizer pra amiga de Brasília que as músicas estão sendo feitos. Dizer pro Renan que as férias ainda não acabaram, que ainda temos muito Bacardi por beber. Ao amigo de sempre, que eu vou sentir muita falta dos últimos dias. Ao nariz da Marcela, que se cuide!

Vou sentir falta desses, dos outros, das outras. É, vou sentir.

E daqui, do alto dessa pedra com vista pro mar, eu digo que a vida me parece bem melhor. Gaivotas planando, ao sabor do vento. Garotos correndo, pessoas bebendo na praia e o futebol acontecendo. Aqui a vida acontece, de fato. É preciso muito pouca força pra fazer algo, principalmente ao escrever. É se deixar levar, entrar em um estado de relaxamento e deixar a coisa aparecer, sem muitas escolhas ou atenção. É um processo relevador, mostra quem de fato eu sou e como de fato eu escrevo. Sem medir, sem julgar muito.

Tudo me parece meio devagar, e o cheiro salgado das coisas já começa a entrar no costumeiro. Caminhos de pedra, balanços do mar, guitarrinhas com um molejo caribenho, jeito despreocupado, e a barba já começa a denotar tal fato, e uma vontade fora do normal de sair andando sem rumo, como sempre.

Encerro por aqui, amigos. Escrever, pensar nas coisas que me esperaram ao chegar em casa e comtemplar a vista que nem parece real...

Sem pensar em ser mais que o comum, nem menos que necessário. Apenas em não ser, não existir, não precisar ser ou existir. Apenas me preocupar em descobrir mais, saber mais, ver, pensar e escrever. Muito mais.

Sunday, April 29, 2007

Infundadas lógicas

Estranhamente confuso. Confuso e levemente embriagado!
Enquanto falavamos, embebidos por uma fumaça sufocante e por pessoas inadequadas, levamos.
Os dias, as noites e todos os momentos que os circundam são cada vez mais novos. Novos e repetidos, sem sequência obrigatória. A grande farsa atende pela indagação de todos, pela busca infundada, pela visão que perdemos com o tempo.
Receito a simplicidade de uma canção apaixonada, o tempo que ela dura e todos os seus acordes.

''Alguma coisa no jeito que ela se move
Me atrai como nenhuma outra
Alguma coisa no jeito que ela me usa''
-Gerada por uma traição, George escreveu isso em Something.-

Que a manhãs sejam melhores e que a receita, enfim, se consume.

Monday, April 23, 2007

A nova fase chegou. Repleta de rítimos dançantes e luzes. Pessoas novas e antigas se misturam, formam um grande círculo, um ciranda. Amores novos surgem, sensações que antes eram singulares passam a ser normais. O passado não interessa, por isso eu só olho pra ele de vez em quando.

Em nome do ócio

''Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Quem é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá pra entender. Não vou ser, Não quero ser. Vou crescer assim. Sem ser. Esquecer.''

Saturday, April 14, 2007

Discos e ruas

A vida é algo bom, algo sempre novo. Eles dizem que vale viver e desfrutar de tudo, ser sempre inovador e positivo.
O divertimento tem sempre um preço altíssimo, um preço duro. A cabeça, no outro dia, dói e gira. O corpo pede por mais algumas horas de sono, devidamente merecidas.
Voltando aos dias que se passaram, eu digo que foram bons. Os discos, as músicas e o dinheiro que não volta. Não comprei o amarelo por conta da primeira música, ela sempre faz mal. Comprei o verde, ele trás coisas boas. Música argentina com um rítimo tipicamente brasileiro, talhado por bandas que eu gosto. Enfim, a música só ajuda quando é nova.

''me subo al taxi sin saber de mí
y miro afuera a ver si estás
y pasan calles, pasan cuadras que ya vi
las luces del camino son estrellas
y miro al cielo y veo lo que ya pasó
brilla el pasado con su última luz''
(Negro y amarillo- P.O.R.)

A altivez, o ritimo e todas as notas cabem perfeitamente no momento.

Monday, April 09, 2007

Pimenta e estrelas

Ouvindo bossa nova, arrependido de alguns erros passados, levando tudo com o mais cuidadoso zelo. Faço a vida ter um sentindo nunca antes degustado. O tempo ainda existe, foi feito para se perder, mesmo sendo raro. Perco o espaço das coisas reais, levo uma rotina inconstante e um tanto quanto vazia.
Olhar fotos, devagar sobre a real possibilidade de ver bem na minha um ser que considero perfeito. Mas, mesmo sabendo do risco, quem não a consederaria perfeita? Olhos, boca e nariz, fazendo uma simetria totalmente misteriosa. Olhando de longe parece normal, parece até corriqueira. Aproximando-me vejo que é um pouco além disso, é singularmente metafórica.
O desenho do nariz, o toque alevudado dos cabelos que caem pelos ombros(quando não estão presos), a mística forma de olhar e, às vezes, mostrar a lingua.
Sempre tenho uma música para dizer que é parecida. Uma música, que com sua melodia repetitiva forma um quadro sem nexo.
Fugindo das formas vigentes, ela torna-se um elemento indispensável. Um sopro, que quando passa pelos lábios gera um som gostoso. Um sopro em meio ao ócio de uma tarde ensolarada.
Streetlight Manifesto, a banda que recomendo. Pimenta na salada de palmito, com um toque de tempero chinês. A foto de óculos, com fotos ao fundo, recomendo para qualquer hora e lugar. Indipendente do estado emocional, ela me faz bem e mal. Faz mudar a rotina ociosa e ocupa toda a tarde.

Tuesday, April 03, 2007

Ora, oras... Bem na hora!

A agulha passa no disco negro, o gemido se estende pelo chão da sala. A sombra sobre o tapete faz com que a mesa pareça bem maior. Os olhos vermelhos, o jeito cansado de olhar para cima. As mãos que envolvem a caneca de café quente, os cigarros logo ali em frente, uma caixa de palitos com fósforo-os mais vagabundos que o dinheiro pode comprar.
A sala, a televisão, a janela com cortinas brancas. Toda noite é isso, sem erro. Sempre a rotina se repete de um modo cada vez mais cruel e doloroso.
As músicas já fazem pouca diferença. Não seria louco em dizer que não fazem diferença, uma boa música faz muita diferença. O indiferente sou eu, oras! Mas mesmo com toda essa ''frieza'' eu ainda deixo-me abalar em alguns momentos, como não?
É como em um jogo cansativo e longo, você só pensa em chegar no final.
Ardor, a dor...
-''Que dor, meu filho? É o dente ou a barriga?''
-''Não, não é o dente. Não é dor, pai, é só a mesma expressão que um escritor usava.''
E a vontade de envelhecer logo, desaparece. Saber que eu posso me tornar alguém é muito grande. Finalmente eu tomo a decisão que precisava, já era hora. Vou lá, preciso dos vermelhos com calda laranja.
-''Amigo, busca o de sempre. Ah, hoje tô sem dinheiro, amanhã a gente acerta!''

-Não entendam mal, esse texto é esquisito mesmo...-

Saturday, March 31, 2007

A complexidade que se esconde atrás do espelho

Rotinas já não são mais normais. Cada dia em um ponto, partindo para um novo desafio nada desafiador.
Às vezes bate uma saudade grande, eu olho fotos, ouço músicas, volto a ficar em silêncio. Junto com a saudade vem a vontade de fumar, e eu fumo.
Escuto coisas que não são comuns, vejo anormalidades.
Quando imaginei que acabaria assim?
Vivendo e caindo, todos os dias. Lutando e descobrindo-me, a cada noite.
Um conselho bom e anormal seria o que dão, o que sempre dizem. Dizem que devemos lutar até o final, isso é errado. Devemos lutar o nosso final. O meu final ainda não chegou, nem está próximo. Por isso, não canso de planejar a luta. Lutar é muito complexo...